sexta-feira, 2 de abril de 2010

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

RODA DE POESIA PARAIBANA

BLOG DE ANDRÉ RICARDO AGUIAR

Eu poderia começar o relato com o sentido de acordar sob protestos, da dificuldade de armar o pesado mecanismo do dia, e entender que colegas de ofício também estão no mesmo barco, e é sábado e faz sol e não é freqüente que se saia de uma cidade ainda adormecida de eventos e se vá para outro lugar, outras praias, outras literaturas – na verdade, o encontro delas, da nossa e dos outros, o que dá na mesma exatamente quando o evento é um misto de porto e turismo – no bom sentido, claro.

Com uma van garantida, um pouco da Paraíba teve voz na Festa Internacional de Porto de Galinhas, em Pernambuco. Da nossa trupe, poetas como Linaldo Guedes, Sérgio de Castro Pinto, Antonio Mariano, Ikaro Marx, além de Amanda Karla, Amanda 2, Bia Kelly e Veruza. Viagem prazerosa, e de certa forma, novidade para mim, afinal, aportei como marinheiro de primeira viagem.

A manhã foi produtiva, dentro do possível. A única ressalva é o pouco tempo que se reserva aos debates, limitando a fala dos participantes e, por conseqüência, fica-se com a impressão de que se raspou a superfície do tema. Ainda assim, as primeiras palestras tiveram bons momentos. Na primeira mesa, Sergio de Castro Pinto integrou-se a nomes como Cláudio Willer, José Paulo Cuenca, Raimundo Carrero, Bruno Pffardini e Vicente Franz Cecim para discutir a literatura contemporânea feita no Brasil. Na mesa seguinte, foi a vez de Linaldo Guedes, José Neumanne Pinto, João Gabriel de Lima, Quincy Troupe, Ronaldo Bressane, Raimundo Gadelha, Flavio Chaves e Garibaldi Otávio, com o tema: Quando o escritor é editor.

Em seguida, Márcia Maia, poeta e amiga, apresenta a mesa a Trajetória Off Flip na Fliporto, coordenando um bate-papo com Ovídio Poli Júnior e Lucila Nogueira, além de leitura de texto com Flávio de Araújo. Uma escapadinha para um lanche – não tinha nada no estômago desde que saí de João Pessoa. Uma escadaria me leva para o salão. Entre xícaras de café e bolinhos, conheço o escritor cubano José Millet, que me presenteou com um livrinho sobre Ali Primera, cujo subtítulo me põe na mesma ignorância: padre cantor del pueblo. Serve como registro e terei curiosidade de colocar alguma impressão depois da leitura arranhada de espanhol.


Recital de Poesia Paraibana

Em seguida, pausa para almoço no belo litoral porto-galinhense (se diz assim?), juntando culinária e essa lacuna abstrata que o estômago cria. A tarde toda fomos ao sabor da corrente, com pequenos flagras de globais, um repórter, um ministro, mais paisagem marítima, etc. No começo da noite, rumo ao recital na Praça das piscinas naturais, com a presença de Bráulio Tavares, Raimundo Gadelha, Lenilde Freitas e os já citados andarilhos – e com direito a palhinha de Augusto dos Anjos, sempre atual. A apresentação ficou por conta de Heloísa Arcoverde de Morais (que também aproveitou para lançar a revista Eita!).

Enfim, não vou me estender mais do que já está disponível aqui: www.fliporto.net A viagem cumpriu-se com o sabor da união sempre esperada entre que vivem a literatura de todas as formas. De minha parte, Porto de Galinhas já é um itinerário a se pensar. Quem sabe nas próximas férias?

Novembro 2008

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

SANGUE BOM

JOSÉ EDUARDO AGUALUSA


(Para o Caetano Veloso que quis um dia saber a minha raça)



Nunca sofri de raça

Saiba o senhor,

Minha pele é muito boa

Tenho sangue mouro de Goa

E sangue louro de Kinshassa.



Minha raça é meio errante

Saiba o senhor

Num dia sou quase zulo

no outro índio xavante

mulato, baço, preto-fulo.



Raça é superstição

De gente mal arraçada

Saiba o senhor.

Eu não creio em raça, não

raça danada.

Raça é superstição

De gente mal arraçada.



Eu sou o avesso da raça

Saiba o senhor,

Minha alma é muito à toa

Gosto d’ ameijoa com jimboa

A toda a mistura acho graça.



Minha raça é um jardim

Saiba o senhor

Num dia sou quase azul

No outro cor de marfim

Sou Coxim, sou Bissau e sou Cabul.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

FLIPORTO E LUCILA NOGUEIRA




Se a Fliporto fosse um rio
a poeta Lucila seria
o vento que inventa as ondas
de altas cristas cristalinas.
Se a Fliporto fosse um fogo
que acende o sol e as estrelas,
Lucila, mais do que chama,
seria a límpida flama.


Se fosse Escola de Samba,
empolgação verdadeira,
mais que madrinha, Lucila
seria porta-bandeira.
Se a Fliporto fosse pássaro,
desses que varam o mar,
dele Lucila seria,
além de asas, o cantar.

Mas Fliporto é o Festival
transnacional como o verde
do pernambucano atlântico,
mar de Porto de Galinhas,
praça de luz que não cessa,
porque fundada no tempo
pelo cântico orvalhado
da poeta Lucila Nogueira.

Thiago de Mello

domingo, 19 de outubro de 2008

DEBATE SOBRE O ACORDO ORTOGRÁFICO NA FLIPORTO 2008

O poeta Luis Carlos Patraquim na Fliporto 2008

O escritor Pepetela em Porto de Galinhas


com Patrick Chabal e Antonio Carlos Secchin


com Paulina Chiziane e Marcelino dos Santos



Luz de Agualusa





Luz de Marcelino dos Santos






A FLIPORTO TRAZ DOIS PAINÉIS SOBRE O ACORDO ORTOGRÁFICO :
UM COM O MEMBRO DA ABL PROFESSOR DOMÍCIO PROENÇA FILHO E OUTRO COM O ESCRITOR AGUALUSA, DA EDITORA LÍNGUA GERAL, QUE PUBLICA AUTORES AFRICANOS, PORTUGUESES E BRASILEIROS

VISÃO DO NOSSO CONVIDADO FLIPORTO PEPETELA SOBRE O ACORDO :

Lamento dizer, mas esse acordo não tem importância.
Se não é radical, então não vale a pena.

PEPETELA








QUINCY TROUPE PELA PRIMEIRA VEZ EM PORTUGUÊS








As Assinaturas do Tempo


As assinaturas compulsórias do tempo estão fazendo com que as pegadas desapareçam
traçando transversalmente chãos de deserto soprados pelo vento,

jornais jogados nas ruas frias e vazias,
rasgados, transformam-se em asas navegando como arraias
nadando pelo banho de um mar de esmeralda,

história são momentos tirados de pilhas diferentes
segurando fatos, vozes limpas como mariscos
num prato, desintegrando-se em fitas usadas,
partindo-se nos cilindros de gravadores de fitas antigos,

como fotos sumindo em jornais amarelados

Trad. Marina Martensson



VOZES MULHERES



CONCEIÇÃO EVARISTO


A voz da minha bisavó
ecoou criança
nos porões do navio.
Ecoou lamentos
de uma infância perdida.
A voz de minha avó
ecoou obediência
aos brancos-donos de tudo.
A voz de minha mãe
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo à favela.
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue e fome.
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas.
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato.


SONHO DE MÃE NEGRA

MARCELINO DOS SANTOS


Mãe negra
Embala o seu filho
E esquece
Que o milho já a terra secou
Que o amendoim ontem acabou.

Ela sonha mundos maravilhosos
Onde o seu filho irá à escola
À escola onde estudam os homens

Mãe negra
Embala o seu filho
E esquece
Os seus irmãos construindo vilas e cidades
Cimentando-as com o seu sangue

Ela sonha mundos maravilhosos
Onde o seu filho correria na estrada
Na estrada onde passam os homens

Mãe negra
Embala o seu filho
E escutando
A voz que vem do longe
Trazida pelos ventos

Ela sonha mundos maravilhosos
Mundos maravilhosos
Onde o seu filho poderá viver.

sábado, 18 de outubro de 2008

QUEREMOS SOLIDARIEDADE

MARCELINO DOS SANTOS : "A Europa deve aceitar que o relacionamento com África só terá futuro se for definitivamente ultrapassada a maneira antiga de ver o mundo, herdada da mentalidade colonial.
Nós não queremos caridade, queremos, sim, solidariedade, não queremos mantas, nem trigo, queremos, sim, ajuda ao nosso desenvolvimento de acordo com os planos de desenvolvimento que nós próprios definimos "

PROACTIVE


"In the field of poetry, great differences between white and black audiences can be perceived। The white one remains silent whereas the black one participates nearly as much as in a concert। Sitting down quietly is a good-mannered cultural behaviour. And good manners dispel creativity. We come from an expressive culture. The performer (poets, musicians, actors, sportsmen) is fed by the audience. When the audience expresses something the performer is filled with energy and gets better and better. African culture and therefore Afroamerican culture has always been proactive".

QUINCY TROUPE

FLIPORTO 2008 : THE PATH OF THE AFRICAN DIASPORA

We are crossing the Atlantic ocean, but in the inverse direction took by the slave ships that brought more than 9 million slaves to our continent since the first years of the 16th century. In the 120th anniversary of the abolition of slavery in Brazil, the International Literature Congress of Porto de Galinhas (FLIPORTO) will pay tribute to the importance of Africa to Brazil and Latin America.

We, Afro-Brazilians, Afro-Latin Americans, confront the codes of discrimination and oppression. Returning to the place of origin of our people is not merely a geographical event, as Africa resides solid in our ethnical memory. This tribute is about meeting once again with our psychological ground, our clearer view, the physiognomy that was not made invisible.


We, Latin Americans, will congregate the various ramifications of the African Diaspora in the post-colonial time. We, conscious of our origins, know that the Iberian colonizers themselves brought with them North-African blood due to the eight centuries in which they dominated the peninsula.

We have had in Brazil for last five years a law (nr 10.639), which was approved in January 9th 2003, that makes the teaching of African culture and history compulsory in middle and high school, establishing directives to the inter-ethnical relations in our country.


Multicultural education signifies the recovery of historical and social plenitude in relation to racial identity, and to the diversity of our multi-ethnical society, implementing actions that overcome the historical falsification of our African descendants.

In Brazilian universities, there has been is a boom of academic studies about African authors, and about the formation of the continent and its evolution from the Egyptian culture to the more recent political events. The reason behind this increased interest in Africa is the study of African historiography, of its identity traces in significant happenings, and the preoccupation with common problems, such as deforestation and poverty.


In 1925, the Mexican José Vasconcelos stated that a new race was appearing in Latin America, a race made by the richness of all of the previous races - a final race, a cosmic race. There is a series of philosophers like José Vasconcelos that have helped our people to maintain our self-esteem, such as Bartolomá de Las Casas (America’s apostle), Simon Bolívar, José Marti, Sousândrade, and José Veríssimo. In addition, we recognize the importance of Aztecan mythology, as beautiful as Greek mythology; we experience the richness of our mixed society, and feel proud of the African presence in our culture, music, temper, and literature.


The third FLIPORTO, which took place in September, last year, was also an international event, and Brazil was made the congregation spot of various Latin American countries. Cuba, Colombia, Nicaragua, Puerto Rico, Dominican Republic, Bolivia, Chile, Peru, Mexico, Argentina, Uruguay, and Venezuela were represented in the event by notable writers of each country. Additionally, the event took place in a very relaxed environment, characteristic of the northeast of Brazil. Important authors from the state of Pernambuco and other Brazilian states were also present in the event, and our guests were impressed with the large audience that attended the congress, euphoria that is compatible with the intensity and professionalism in which we developed our project.


Now we have extended our project to Africa and, in 2008, FLIPORTO’s theme is The Path of the African Diaspora: Literature in Africa and Latin America. We will concentrate mainly in the countries of Portuguese language; however, we will pay tribute to authors such as the first black African female to receive the Nobel Price of Peace, Wangari Maathai (Kenya, 2004), and the first black African to receive the Nobel Price of Literature, Wole Soyinka (Nigeria, 1986).

We will also pay tribute to the Afro-Brazilian poet Cruz e Sousa, founder of the symbolism in Brazil, in the 110th anniversary of this death, as well as the poet Castro Alves, for the 140 years of public presentation of his poem Tragédia no Mar (Tragedy in the Ocean, 1868), also known as Navio Negreiro (The Slave Ship).

In addition, we will pay tribute to another Brazilian writer - Jorge Amado, for the 70 years of publication of the book Juiabá in France. The book began being published in France after the editions of the books O País do Carnaval (The Country of Carnival), Suor (Sweat), Cacau, Mar Morte (Death Ocean), Capitães de Areia (Sand Captains), and Jubiabá itself, were burnt as ordered by the Sixth Military Region.

FLIPORTO 2008 will also pay tribute to the centenary of the Afro-Brazilian poet Solano Trindade, born in Pernambuco, as well as Josué de Castro, celebrating 100 years of his birth, and, finally, we will pay tribute to the 120 th anniversary of the abolition of slavery in Brazil.


In the beach of Porto de Galinhas, which is an old slavery port, from the 6th to the 9th of November 2008, there will be a congregation of ethnicities: writers from Angola, Mozambique, Cabo Verde, Guinea Bissau, Sao Tome and Principe, will debate themes of common interest with Brazilian and Hispanic-American writers, Portuguese and Spanish authors interested in post-colonialism, as well as important contemporary theorists in the field of inter-ethnical and cultural studies.

Everything will be put in a perspective that does not perceive literature as mere entertainment, but as an educational factor of humanistic configuration, as part of culture, as an ethnic/aesthetic principle to fill the void and to strengthen in mankind the courage, the resistance, the taste of beauty, the search for oneself, and the solidarity among people.
Tradução ao Inglês : MARINA MARTENSSON

TRILHAS DA DIÁSPORA : LITERATURA EM ÁFRICA E AMÉRICA LATINA


Atravessar o Atlântico , mas no sentido inverso ao dos navios negreiros que trouxeram ao nosso continente mais de 9 milhões de escravos, a partir dos primeiros anos do século XVI. Aos 120 anos da Abolição, Celebrar o significado da África no Brasil e na América Latina, nós, afro-brasileiros, afro-latinos., no confronto aos códigos de discriminação e opressão. Não é geográfico esse ponto de retorno, uma vez que reside inquebrantável dentro de nossa memória étnica. Trata-se de um reencontro com o nosso chão psicológico, nossa paisagem mais nítida, a fisionomia que não conseguiram tornar invisível.


Latino-americanos a congregar os vários desdobramentos da diáspora africana nestes tempos pós-coloniais. Conscientes de suas vastas raízes, sabedores que os próprios iberos colonizadores já traziam dentro de si o sangue norte-africano, após 8 séculos em que eles dominaram a península.
Brasileiros que há cinco anos tem em sua legislação a de número 10.639, sancionada a 9 de janeiro de 2003, tornando obrigatório, no ensino Fundamental e Médio, o ensino de história e cultura afro-brasileira e história e cultura africana, estabelecendo diretrizes para as relações inter-étnicas em nosso país.

A educação multicultural vem significar o resgate da plenitude histórica e social quanto à identidade racial e à diversidade na sociedade pluriétnica ,.implementando ações que superem a falsificação histórica aos afro-descendentes. Há nas universidades brasileiras um verdadeiro boom de estudos acadêmicos sobre autores africanos, sobre a formação do continente e sua evolução desde mesmo a cultura egípcia até os processos políticos mais recentes. O caminho seguido é a releitura da historiografia africana, o percurso de seus traços identitários em fatos marcantes, a preocupação com problemas comuns , como o desmatamento e a pobreza

Em 1925, o mexicano José Vasconcelos afirmou que na América Latina estava se formando uma nova raça, feita com a riqueza de todas as anteriores, a raça final, a raça cósmica. Há uma seqüência de pensadores que tem ajudado o nosso povo a não perder jamais a auto-estima, desde Bartolomá de Las Casas, o Apóstolo da América, até Simon Bolívar, José Marti, ,Sousândrade, José Veríssimo. Sabemos reconhecer a importância da mitologia azteca, bela como a da Grécia, sentimos a riqueza da nossa cultura mestiça, sentimos orgulho da presença africana em nossa cultura , na música, no temperamento,ç na literatura.

A terceira versão da FLIPORTO, realizada em setembro do ano passado, internacionalizou-se e transformou o Brasil em um pólo congregador dos vários países latino-americanos. Cuba, Colômbia, Nicarágua, Porto Rico, República Dominicana, Bolívia, Chile, Peru, México, Argentina, Uruguai,Venezuela estiveram aqui representados, escritores referenciais em suas comunidades, com militância ativa em seu pacto literário. E tudo em um ambiente descontraído, característico do Nordeste , presentes também grandes nomes nacionais e pernambucanos, de modo que os convidados ficaram impressionados inclusive com o grande público presente à programação literária, em uma euforia compatível com a intensidade e profissionalismo como foi desenvolvido o nosso trabalho.

Agora, nos estendemos à África. Mais detalhadamente aos países de língua portuguesa, porém celebrando autores como a primeira mulher africana negra a receber o Prêmio Nobel da Paz, Wangari Maathai (Quênia, 2004) e o primeiro africano negro Prêmio Nobel de Literatura, Wole Soyinka(Nigéria,1986). Homenageando o poeta negro Cruz e Sousa, fundador do nosso simbolismo, aos 110 anos de sua passagem, bem como ao poeta baiano Castro Alves, pelos 140 anos da apresentação pública de Tragédia no Mar, que viria a se chamar O Navio Negreiro (1868). Homenageamos nesta versão o grande escritor Jorge Amado, pelos 70 anos de publicação na França de Jubiabá, vitória obtida após haverem sido queimadas, no ano anterior, as edições de O país do carnaval, Suor, Cacau, Mar Morte, Capitães de Areia e o próprio Jubiabá, por determinação da Sexta Região Militar. A FLIPORTO 2008 presta , ainda, uma significativa homenagem ao centenário do poeta negro pernambucano Solano Trindade, bem como aos 120 anos da Abolição.

Na praia de Porto de Galinhas, antigo porto de escravos, dar-se-á o encontro/reencontro das etnias: escritores de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, debatendo temas de interesse comum com escritores brasileiros, hispano-americanos, autores portugueses e espanhóis entusiasmados com o pós-colonialismo, teóricos fundamentais contemporâneos dos estudos inter-étnicos e culturais. Tudo dentro da perspectiva que não vê a literatura como mero entretenimento, mas como fator educacional de formação humanística, como parte da cultura, como princípio ético/estético a preencher o vazio e fortalecer no homem a coragem, a resistência, o gosto da beleza, a busca de si mesmo, a solidariedade entre os povos. ANTONIO CAMPOS (CURADOR GERAL DA FLIPORTO)




[